A criança que foi ferida ou deixada de lado pode atrapalhar o processo de se tornar uma pessoa única. O adulto fica preso às dores dessa criança, ficando ligado à sua família original, sem encontrar uma maneira de se libertar, a menos que passe por um processo de autoconhecimento. Essa criança ferida pode agir de maneiras prejudiciais, como depender demais dos outros, desanimar facilmente, sentir muita insegurança, ser inflexível diante de opiniões diferentes, reagir de forma impulsiva e formar opiniões baseadas em suposições. O psicólogo Jung considera a criança como um símbolo do “Self”, representando a totalidade do ser humano.
Quando essas manifestações da criança interior são reconhecidas conscientemente, elas podem ser como um bálsamo curativo. No entanto, essa criança interior, sendo a parte genuína de cada pessoa, também sofre devido às dificuldades da vida. Seu sofrimento é como o de uma criança ferida ou abandonada. O caminho da individuação, que é o processo de se tornar um ser completo e único, pode ser dificultado pelas influências do ambiente.
Pensamentos disfuncionais, conhecidos como crenças nucleares, têm raízes na infância e moldam a forma como interpretamos o mundo ao nosso redor. Entender a relação entre o passado e o presente nos leva a compreender o arquétipo da criança interior. Reconhecer e lidar com essa criança interior é uma maneira de cuidar de si mesmo, transformar circunstâncias, e aprender a lidar com emoções negativas guardadas no subconsciente.
Atividades terapêuticas visam trabalhar o corpo emocional e as memórias emocionais, proporcionando um diálogo chamado “Resgate da autoestima – Cuidando do Cuidador”. A resiliência, que é a capacidade de se recuperar de adversidades, pode ser desenvolvida por meio do autoconhecimento.
Relatos de pessoas ilustram como a criança interior ferida afeta os relacionamentos na vida adulta. Por exemplo, Lilian percebe que seu comportamento de se isolar e ficar emburrada está ligado às correções que recebeu na infância. Esse padrão de comportamento causa conflitos em seu casamento, evidenciando como as feridas da infância continuam impactando a vida adulta.
Alguns autores propõem uma jornada pelos estágios do desenvolvimento, oferecendo exercícios para se tornar um cuidador atento e afetuoso para si mesmo, algo que pode ter faltado na infância. A última parte destaca os resultados positivos desse trabalho, que envolve amor próprio e aos outros, reconectando-se com a maravilha e a felicidade que tínhamos na infância antes de enfrentar as dores psicológicas.
Cuidar da criança interior ferida envolve um processo delicado de autocompaixão e autoconhecimento. Aqui estão algumas sugestões para ajudar nesse cuidado:
Conscientização:
Reconheça a presença da sua criança interior ferida. Esteja atento aos padrões de comportamento, emoções intensas e pensamentos disfuncionais.
Reflexão:
Pergunte a si mesmo como experiências passadas podem influenciar suas reações e escolhas atuais. Reflita sobre eventos significativos da infância que podem ter deixado marcas.
Aceitação:
Aceite e valide os sentimentos da sua criança interior. Não julgue as emoções, pois elas são legítimas. Permita-se sentir e expressar, sem reprimir.
Diálogo Interno Positivo:
Desenvolva um diálogo interno positivo. Fale com a sua criança interior de maneira carinhosa e reconfortante. Substitua pensamentos autocríticos por afirmações positivas.
Cuidado com as Necessidades Emocionais:
Identifique as necessidades emocionais não atendidas na infância e procure atender a essas necessidades de forma saudável no presente. Isso pode envolver autocuidado, expressão criativa ou busca de apoio emocional.
Terapia:
Considere a terapia, especialmente a terapia focada na criança interior com um Parapsicólogo. Um profissional pode ajudar a explorar feridas emocionais profundas e desenvolver estratégias para lidar com elas.
Atividades Terapêuticas:
Envolva-se em atividades terapêuticas, como meditação, visualização ou expressão artística, para acessar e liberar emoções guardadas.
Reescreva a Narrativa:
Reescreva a história que conta a si mesmo sobre a infância. Enfatize aspectos positivos, aprendizados e resiliência, em vez de se concentrar apenas nas experiências dolorosas.
Limites Saudáveis:
Estabeleça limites saudáveis em seus relacionamentos. Aprenda a dizer “não” quando necessário e a comunicar suas necessidades de maneira assertiva.
Desenvolvimento Pessoal:
Busque o desenvolvimento pessoal contínuo. Aprenda novas habilidades, explore interesses e crie uma identidade adulta forte e autônoma.
Lembre-se de que cuidar da criança interior ferida é um processo contínuo e individual. Se possível, conte com o suporte de amigos, familiares e profissionais qualificados para auxiliá-lo nesse caminho de cura e autodescoberta. A Parapsicologia é uma fonte incrível para você acolher e cuidar da sua criança.